São Bento, da nobreza a uma vida de servidão

Muito provavelmente você costuma rezar ou já rezou esta oração de Exorcismo escrita por São Bento: A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão meu guia… Mas será que você sabe o que levou São Bento a escrevê-la? Você conhece a história de vida deste santo que é considerado o pai dos monges?

Por isso, te convidamos a dedicar alguns minutos a fazer algumas descobertas sobre São Bento. E vamos começar pela sua infância!

Um garoto que se entrega à oração

São Bento nasceu em uma família da nobreza italiana, no ano 480, que vivia em uma pequena cidade perto de Roma. Sendo nobre, o menino Bento tinha uma vida de conforto e bons estudos. Contudo, tinha algo de diferente no pequeno Bento: ele gostava de rezar.

Aos 13 anos, seus pais o enviaram para estudar em Roma, onde ele teve a oportunidade de conhecer um mundo diferente do que estava habituado. O tempo passou, o menino entrou na juventude e Deus foi moldando o seu coração.

Naquela época, Roma vivia um conflito, havia uma grande pressão em cima do Império Romano por conta das invasões dos bárbaros. E os assuntos que motivavam os rapazes de sua idade a ter conversas calorosas, despertava em Bento um desgosto cada vez maior. Até mesmo o conforto do seu lar causava-lhe incômodos.

O anseio pela santidade

Bento desejava ter uma vida diferente de tudo que já havia experimentado. Então, deixou os estudos, abdicou do dinheiro da família, saiu de Roma e foi viver numa aldeia em Effide, numa casa humilde, onde foi acolhido.

Permaneceu neste local por um período, aprendeu a viver com pouco e sem nenhum conforto, aprendeu trabalhos manuais e com a terra. Mas seu coração ansiava por algo maior e a oração alimentava ainda mais esse desejo.

Foi então que ele conheceu um monge eremita, chamado Romano. Esse monge falou-lhe sobre a vida eremítica, totalmente entregue aos cuidados da Divina Providência, por amor a Deus.

E não demorou para que Bento optasse por essa forma de vida. Romano entregou-lhe um hábito de monge e Bento partiu para viver em uma gruta escondida no Monte Subíaco. Neste local, ele pôde dedicar-se exclusivamente às orações e penitências, respondendo aos anseios do seu coração pela santidade.

Quando seu amigo Romano lhe trazia alimento, ele tinha o que comer, quando não, praticava o jejum por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

As missões que Deus confiou a São Bento

São Bento permaneceu por 3 anos nesta gruta, e só saiu de lá foi convidado a ser o abade (superior) de um convento em Vicovaro.

Neste convento, Bento tentou implementar algumas regras, a fim de orientar melhor a vida dos monges. Porém, suas ideias não foram bem aceitas. Depois de alguns fatos, ele tomou a decisão de voltar para o Monte Subíaco.

Porém, desta vez não foi possível viver na completa solidão, pois sua fama de santidade e de bom conselheiro havia se espalhado, e muitos subiam o monte para lhe pedir conselhos. Além disso, muitos jovens passaram a desejar viver como ele vivia.

Então São Bento começou a fundar mosteiros em diversas regiões para acolher esses jovens. Ao total, foram 12 mosteiros.

Anos depois, Bento se dirigiu para um lugar situado entre Roma e Nápoles, chamado Montecassino, pois Deus tinha outra grande missão para ele. Neste local, Bento deu início à vida monástica comunitária, fundando a Ordem Beneditina, no ano 529. E tempos depois ele escreveu a Regra de São Bento, um dos mais importantes e utilizados regulamentos da vida monástica, razão pela qual São Bento é considerado o pai dos monges.  

Como surgiu a oração de exorcismo de São Bento

Ao longo de toda a sua vida dedicada a Deus, São Bento foi alvo de muitas investidas do demônio que queria destruí-lo. Usou mesmo de alguns religiosos para tentar matá-lo.

Quando era abade no convento em Vicovaro, alguns dos monges, descontentes com o rigor de São Bento, por inspiração do demônio, tentaram envenená-lo com uma taça de vinho. Mas quando Bento traçou o sinal da cruz sobre ela, como costumava fazer com tudo o que comia e bebia, a taça se quebrou. Um dos monges, demonstrando arrependimento, confessou o plano dele e de outros monges para acabar com a sua vida.

Tempos depois, quando começou a fundar mosteiros, um sacerdote que também se deixou levar pelas investidas do inimigo tentou envenenar Bento com um pedaço de pão. Veneno que foi desfeito pelo sinal da cruz que Bento traçou sobre o alimento. Perplexo, o sacerdote confessou ter feito isso por inveja.

Além disso, Bento era sempre tentado pelo demônio que o xingava em alta voz, a ponto de os monges ouvirem seus impropérios. Mas Bento sabia que a proteção Divina estava a seu favor. Ele sabia do valor da Cruz de Cristo, por isso escreveu uma oração de exorcismo para nos defender do mal, que foi aprovada pela Igreja anos depois de sua morte e que muitos católicos costumam rezar diariamente. Esta oração consta na medalha de São Bento, também criada por ele como um sacramental que nos recorda a proteção divina.

Agora que você já conhece a história de São Bento e por que ele escreveu uma oração de exorcismo, que tal adotar essa oração na sua vida cotidiana?

Comece agora mesmo!

 

“A Cruz Sagrada seja a minha luz,

Não sejas o dragão o meu guia.

Retira-te, satanás!

Nunca me aconselhes coisas vãs.

É mal o que tu me ofereces,

bebe tu mesmo os teus venenos!”