A humildade e a caridade

A vida de santidade requer a busca por adquirir virtudes que moldam as nossas ações diariamente. E duas virtudes das imprescindíveis para todos os cristãos: humildade e a caridade, que estão intimamente relacionadas entre si.

Nosso padroeiro, São Padre Pio, nos ensina que “a humildade e a caridade andam lado a lado: uma glorifica; a outra santifica”. É a humildade que nos faz grandes diante de Deus (Mc, 9,35) e é a caridade, isto é, o amor que nos torna seus discípulos (Jo 13,35).

Praticar um gesto de amor para com nosso próximo requer humildade. É reconhecer que você não é maior e nem melhor do que a outra pessoa e que todos nós, somos filhos do mesmo Pai. É por isso, que a humildade é chamada de ‘mãe da caridade’. 

Da mesma forma, uma caridade feita sem humildade corre o risco de enraizar em nossa alma o orgulho, que é danoso a nossa vida espiritual e faz-nos querer ‘ser donos’ dos nossos irmãos.

Só quem é verdadeiramente humilde é capaz de amar de verdade o seu irmão e ter por ele o mesmo olhar que Deus tem por seus filhos. 

Ao analisarmos o ‘Hino a Caridade’ de São Paulo (1 Cor 13,1-13), percebemos a verdadeira união entre essas virtudes: 

São Paulo nos diz que ‘a caridade é paciente’ (v.4). O humilde também é paciente, uma vez que a impaciência é natural aos soberbos, que não aceitam contradições ou o desprezo.

A caridade, continua o Apóstolo, ‘não é invejosa e não se ostenta e não se incha de orgulho’ (v.4-5). Quem é humilde também não sente inveja da felicidade e sucesso do outro, pelo contrário, se alegra com a felicidade alheia e também faz todas as suas ações e projetos com simplicidade, sem ostentação e vaidade.

A seguir, São Paulo nos diz que a caridade ‘não procura seu próprio interesse, não se irrita e não guarda rancor’ (v.5). É natural do amor e também da humildade, favorecer o próximo ao invés de si mesmo e colocar os interesses dele em primeiro lugar. Também é necessário uma verdadeira humildade para não se irritar com o próximo, quando este nos ofende.

Por fim, a caridade ‘se regozija na verdade e tudo desculpa’ (v. 5-6). O verdadeiro humilde é aquele que reconhece a verdade sobre si mesmo, sendo positiva ou negativa e a aceita. É também, pela humildade que conseguimos perdoar e pedir perdão, principalmente quando está unida ao amor.

Que saibamos cultivar estas duas virtudes tão essenciais em nossa vida para podermos crescer em santidade e sermos verdadeiros seguidores do Senhor.

Peçamos, humildemente, a Cristo, nosso principal modelo de humildade e de caridade, que inspire nossos corações a sermos como O Dele. 

A caridade é o amor que dá a vida, se preciso for. E dar a vida ao próximo é um ato extremo de humildade. 

Cristo, sendo Deus, “não usou de sua condição divina, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Fp 2,6-8). E morreu na Cruz para nos dar a Vida Eterna!

Ó que estupenda humildade e caridade de Nosso Senhor e Salvador!

Aprendamos com Ele.